Neto de Edirene Fonseca foi diagnosticado com autismo há 9 anos.
Ação social promovida neste sábado (30), encerrou mês dedicado à síndrome.
Davi Fonseca foi diagnosticado com autismo
(Foto: Carlos Alberto Jr/G1)
Foi ainda no pré-escolar, aos 2 anos, que o Davi Fonseca, neto da aposentada Edirene Fonseca, de 60 anos, passou a apresentar comportamento diferente, como brincar sozinho, agitação e dificuldade de atenção. Após investigação com um neuropediatra, os pais receberam o diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA), conhecido como autismo.
Edirene relata que o momento foi muito difícil e que precisou mudar sua rotina para se adaptar aos exercícios para o desenvolvimento do neto. A avó conta que as lições de vida que aprende são diárias ao lado do menino.
Avó e neto participaram neste sábado (30), da ação social “Combatendo o preconceito, reconhecendo direitos”, que aconteceu no Centro Raimundo Nonato, na Zona Sul. A iniciativa ofereceu atendimentos de saúde e social, além de orientações sobre os direitos dos autistas. O evento é uma realização do governo do estado e conta com a parceria da Associação Amapá Azul.
Ação aconteceu na manhã deste sábado (30) em
Macapá (Foto: Carlos Alberto Jr/G1)
“Todo dia aprendo uma lição com ele. Hoje, ele [Davi] faz fonoterapia, psicoterapia e terapia ocupacional e nós percebemos vários avanços. Se para os pais de uma criança neurotípica já precisam tomar vários cuidados, para uma família com uma criança com autismo a exigência é maior ainda. É uma dedicação quase que exclusiva, pois o que os terapeutas ensinam precisamos repetir em casa e lidar com toda a situação de estresse, ansiedade e agitação deles”, explicou Edirene.
O autismo é uma condição comportamental caracterizada pela presença ou ausência total de comportamentos que surgem nos primeiros anos do desenvolvimento. O Dia Mundial de Conscientização do Autismo propõe chamar a atenção para a síndrome que ainda é pouco divulgada.
“O autismo não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona. Cada dia é um dia. Se qualquer pai ou mãe tiver desconfiança dos sintomas, é melhor que tire logo essa dúvida. Quando mais precoce o diagnóstico, mais chances essa criança vai ter de se desenvolver”, alertou a aposentada.
‘Aprendi a não ter preconceitos’, diz pai
O diagnóstico de autismo do filho de Maicon Octave, de 30 anos, ocorreu em 2012, quando o menino ainda tinha dois anos. Porém, o pai contou que já suspeitava do distúrbio quando a criança tinha apenas um ano e passou a apresentar medo de lugares com muita gente ou muito barulho, falta de interessa em brincar com outras crianças e demora para falar.
“Quem tem um filho autista precisa estar junto dele, incentivar a criança. A presença do pai é muito importante e quando se tem um filho especial, as lições aparecem todos os dias. Com meu filho aprendi a não ter preconceitos, até mesmo aqueles que pensamos não ter em relação as crianças especiais. Tudo muda, a nossa forma de ver o mundo se torna diferente”, finalizou.
Nikolas Octave, de 6 anos, mudou a forma de ver o mundo do pai (Foto: Carlos Alberto Jr/G1)
http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2016/04/todo-dia-aprendo-uma-licao-nova-diz-avo-de-crianca-autista-no-amapa.html