Nesta segunda-feira (18) é celebrado o Dia do Orgulho Autista. Para as famílias, a data é importante para mudar a visão de quem não tem informações sobre o tema. Em Suzano, a família de Davi, de 4 anos, passou por alguns desafios durante a busca do diagnóstico, mas, agora, a história serve de inspiração por meio do livro “O autista milagreiro”, escrito por Lucas Eliel, pai do menino.
O livro conta a história de Juninho, um menino que vive num mundo diferente, onde o amor sempre vence e os milagres acontecem o tempo todo. “A história do Juninho começa com a família dele tendo um monte de dificuldades financeiras e de todo o tipo. Eles não têm acesso à saúde de qualidade e dependem da saúde pública. Não tem um atendimento legal, tem também dificuldades na escola, preconceitos na família, que são coisas que uma família de autistas passa também. Toda a evolução dessa família, até que os milagres comecem a acontecer, são do dia a dia da família.”
O livro tem 145 páginas e foi lançado há cerca de uma semana. A história de ficção fantástica se mistura com a realidade do escritor e jornalista Lucas Eliel.
A mãe, Valquiria Durães Guerra, diz que o filho recebe todo o apoio de profissionais capacitados. “A gente procura fazer todas as recomendações que os médicos orientam, as terapias, como a fonoaudióloga, terapia ocupacional e psicóloga para melhorar a fala dele e o dia a dia. Ele vai para a escola regular, tem uma professora que acompanha e, fora isso, na parte da manhã, às segundas e quartas, ele tem uma classe de educação especial em Suzano com uma professora que trabalha de forma lúdica para que ele possa se expressar melhor.”
O menino começou a receber o tratamento adequado há apenas seis meses, já que chegar até o diagnóstico não foi fácil. Os pais passaram por vários especialistas e pesquisaram muito.
“Até um ano e meio, dois anos, a gente viu que ele não falava ainda e que tinha algumas limitações, como bater palma e dar tchau. A gente levava no médico e diziam que estava tudo bem e quando a gente foi pesquisando, corremos atrás de médicos especialistas para ver se era isso mesmo, até que veio o diagnóstico”, completa o pai.
Lucas fez questão de compartilhar essa viagem pelo mundo do autismo com outras pessoas que não sabem muito sobre o assunto. “Eu espero que cada pessoa que leia, saiba que o seu filho tem uma qualidade, tem um dom”, diz Valquiria.
De acordo com a neuropsicóloga, Jane Viane Souza, existem grupos com níveis diferentes de autismo. “O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento que afeta várias áreas do desenvolvimento da criança. Nós temos três grupos, que chamamos de baixa funcionalidade com o comprometimento da linguagem, o de média funcionalidade, que tem o domínio da linguagem e as funções cognitivas não são tão afetadas, mas a criança não tem interação social, e temos aqueles também de alta funcionalidade, que seria o autismo leve em que as funções sensoriais estão prejudicadas.
Jane alerta que os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da criança para conseguir um diagnóstico. “Principalmente nas funções sensoriais e a primeira é a audição e o contato visual com a mãe já na amamentação. O autista é uma criança muito reservada, fica sozinha, não interage e tem dificuldade de mudança de rotina. O próximo passo é procurar um médico para o diagnóstico clínico e, quanto mais cedo ela for estimulada, mais cedo ela desenvolve as habilidades mais próximo da normalidade”, completa.
Até hoje não existe uma causa comprovada para o autismo e acredita-se em fatores genéticos e até mesmo ambientais. “Quanto mais informações nós tivermos, mais fácil fica ligar com o transtorno”, finaliza a neuropsicóloga.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/jornalista-de-suzano-escreve-historia-sobre-o-autismo-baseado-no-dia-a-dia-com-o-filho.ghtml